quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Depoimento de Pedro Maluf sobre a intervenção-exposição TRANSLÚCIDOS

De minha parte o projeto TRANSLÚCIDOS, no Parque da Água Branca, representou uma experiência importante por permitir o trabalho de construção da imagem num suporte aparentemente sem limites. A aparente ausência de limites, por paradoxal que seja, foi conseqüência do trabalho coletivo: ao invés de limitar o trabalho de cada artista, o suporte comum a todos e compartilhado por todos permitiu uma intercomunicação entre as imagens (suprimindo seus limites virtuais); mas uma intercomunicação não apenas entre as imagens de um mesmo plano (algo que os inúmeros e variadíssimos trabalhos de grafitti nos muros da cidade já realizam), mas entre as várias imagens dos diferentes planos (algo só possível em função da transparência do vidro que serviu como suporte em cada plano).
A possibilidade de valorização/desvalorização de uma imagem relativamente às demais, variando em função dos inúmeros pontos de vista à escolha do espectador, é um elemento bastante enriquecedor que, por si só, justifica a repetição de experiências similares no mesmo e também em outros espaços.

Intervenção cênico-musical de Julia Pascali e Oswaldo Mori em TRANSLÚCIDOS


segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Uma reflexão sobre a intervenção-exposição TRANSLÚCIDOS

Hélio Schonmann

A interação entre poéticas materializou-se em TRANSLÚCIDOS de inúmeras formas. Destaco aquela que mais me encantou: a questão da escala. Das imagens macro às imagens micro, comentários mútuos resolveram-se num enorme leque de escalas complementares. Mas o que significou isso, do ponto de vista do público? A visualização tornou-se muito mais rica, transformando significativamente a leitura do conjunto, conforme a distância de observação. À curta, média e longa distância, a obra que se apresentava ao olhar era diversa. Creio que isso se constituiu em convite para uma maior aproximação por parte do transeunte.
Num evento como esse partimos da premissa que é em parques como o Água Branca que podemos encontrar o paulistano mais disponível para receber algo novo, que exija dele atenção e tempo – são, portanto, locais privilegiados para manifestações que se proponham a um trabalho coletivo experimental como esse. Aqui o próprio suporte representou o único e sutil limite de separação entre os participantes da intervenção e aqueles que acompanhavam a evolução do trabalho. Daí resultou, tanto no plano simbólico como no concreto, uma notável proximidade com o observador. Crianças e adolescentes foram, como seria de esperar, os que mais se achegaram, buscando muitas vezes um contato físico com as imagens que iam surgindo, pouco a pouco, sobre o vidro. Nos registros fotográficos desse evento percebo olhares e gestos de concentração, curiosidade e encantamento. Eles sintetizam, a meu ver, o papel que a arte pública efêmera vem assumindo na vida da sociedade contemporânea.

domingo, 6 de setembro de 2009

Intervenções cênico-musicais de Júlia Pascali, Oswaldo Mori e Rubens Pascali em TANSLÚCIDOS – fotografias de Hélio Schonmann