quarta-feira, 8 de julho de 2009

Uma arte que trabalha para transformar o olhar paulistano

Hélio Schonmann


Ozi, um dos mais respeitados grafiteiros de São Paulo, vem promovendo intervenções de graffiti em vielas próximas à Av. Imirim, na zona norte. Seu objetivo é chamar a atenção para esses becos escondidos. Esse é um momento importante para a assim chamada “arte de rua”: quando ela se propõe a transformar a relação do morador urbano com o espaço público. É perceptível, para quem conversa com os habitantes do local, a intimidade com que eles passaram a focar as imagens murais, desenvolvendo, a partir delas, um afeto mais profundo por essa nova/velha paisagem, agora transfigurada. Isso sem falar do estímulo no seu interesse pelas artes visuais. Nossos representantes no segundo evento (realizado no dia17/05) foram Altina Felício, Lúcia Neto, Pedro Maluf e eu. Além do registro dos trabalhos que realizamos no local, procurei fazer um sintético registro fotográfico das vielas, sem a pretensão de mostrar tudo, pois a extensão da intervenção é grande, cobrindo várias quadras e estendendo-se pelas ruas transversais. No texto abaixo, um depoimento de Ozi sobre a primeira intervenção.

"Em comemoração dos seus 51 anos de vida, 25 de graffiti e os 20 anos do dia do graffiti, o Ozi reuniu mais de 70 grafiteiros e amigos das artes para comemorar essas datas. O Dia do Graffiti, 27 de março, foi criado por Maurício Villaça, Ozéas Duarte e o Júlio Barreto em 1989. Um dia para juntar os amigos, pintar, "bebemorar" e também lembrar do nosso querido amigo falecido Alex Vallauri. Com apoio e ajuda do Coletivo Casa da Lapa e dos vizinhos a festa/ocupação aconteceu num local misto de rua, beco e travessa no Chora Menino, em Santana, com a intenção de melhorar o aspecto visual desse local, onde as pessoas não passam por medo. A idéia era transformar esse becão numa grande galeria de arte aberta a todos. A festa rolou num clima amistoso, entre muitas risadas, amigos e reencontros.”